The Witcher se tornou um fenômeno enorme na Netflix, e o streaming não perdeu tempo em aprovar séries derivadas para expandir o universo do bruxo Geralt de Rivia (Henry Cavill).
The Witcher: A Origem, primeiro derivado live-action, se passa mais de um milênio antes de Geralt, e explora um período que sequer foi tão mostrado nos livros de Andrzej Sapkowski. Reunimos abaixo tudo que a minissérie apresenta de importante para o universo da franquia!
A profecia de Ithlinne
Logo no primeiro episódio, Éile (Sophia Brown) encontra uma garota em uma taverna. A menina se chama Ithlinne (Ella Schrey-Yeats), e é garçonete do lugar. A guerreira logo descobre que a jovem tem poderes sobrenaturais, capaz de ver o seu futuro e avisar a guerreira de tragédias e combates com criaturas pela frente.
Nos livros, Ithlinne é uma das figuras mais presentes, mesmo sem de fato dar as caras. Acontece que ela é uma das mais notáveis portadoras do Sangue Antigo, o cobiçado sangue élfico repleto de poderes e habilidades especiais. Ela é autora de uma profecia um pouco sombria, que prevê o fim da civilização em um barbárie, guerra, fogo e frio eterno.
Leia a profecia completa abaixo, tirada dos livros de Andrzej Sapkowski:
“Em verdade vos digo que se aproxima o Tempo da Espada e do Machado, a Época da Selvageria Lupina. Acerca-se o Tempo do Frio Branco e da Luz Branca, o Tempo da Loucura e o Tempo do Desprezo, Tedd Deireádh, o Tempo do Fim. O mundo morrerá congelado e renascerá com o novo sol.
Ele renascerá do Sangue Antigo, de Hen Ichaer, da semente plantada. Da semente que não apenas brotará, mas explodirá em chamas. Ess’tuath esse! Assim será! Atentem para os sinais! Que sinais serão esses, eu vos direi, porém antes a terra se cobrirá com o sangue dos Aen Seidhe, o Sangue dos Elfos…”
Olhos atentos devem ter reparado que muitos dos nomes dos livros da saga The Witcher são tirados diretamente da profecia em questão, então esse é o nível da importância de Ithlinne para o universo da franquia.
Na série, o desfecho da jovem fica em aberto, mas pode ter certeza de algo: você ouvirá seu nome mais vezes.
A linhagem de Ciri
A série principal de The Witcher já fez alusão ao fato de que Ciri (Freya Allan) é descendente direta de elfos poderosos, o que é a justificativa por trás de seus poderes. Segundo Lauren Hissrich, showrunner do seriado original, A Origem muda um pouco a linhagem de Ciri em relação aos livros: no universo da Netflix, a jovem é uma descendente de Éile.
No final da série, Éile carrega o filho de Fjall (Laurence O’Fuarain), e agora foi confirmado que a criança é parte da linhagem da elfa Lara Dorren e, consequentemente, de Ciri também. Em entrevista ao canal polonês Naekranie (via Redanian Inteligence), Hissrich explicou:
“Éile está grávida no final da série, e sabemos que parte da profecia que recebeu de Ithlinne é que carregará uma semente que, eventualmente, resultará em alguém importante no mundo de The Witcher. Como alguém que acompanha Ciri e a origem de seus genes e sangue, quero investigar onde essa personagem irá, quero ver como as coisas vão se misturar em algum ponto.”
Lara Dorren já foi mostrada brevemente na segunda temporada de The Witcher, durante um flashback. Como os pais da elfa são conhecidos, é possível que a avó de Dorren seja filha de Éile, ou talvez até alguma geração atrás. Essa conexão ainda não está clara, mas saiba que ela existe e deve dar as caras no programa novamente em algum momento.
O primeiro Witcher
Durante a época de Geralt de Rivia, os Witchers – caçadores profissionais de monstros – se organizam em diferentes escolas, e são mal vistos pela sociedade como criaturas mercenárias. A Origem, porém,é ambientada cerca de 1.200 anos antes da série principal, e o cenário é bastante diferente.
No prequel, ainda não há o conceito de Witchers… Porque ainda não há criaturas para serem caçadas. Essa demanda só surge assim que a Magia do Caos passa a abrir portais entre diferentes realidades para o Continente, e a única forma de combater os monstros se torna consumir seu sangue.
Scian (Michelle Yeoh) sugere o que é, efetivamente, a primeira versão do Teste das Ervas, o consumo de Sangue Antigo e outras substâncias mágicas que dão habilidades especiais para o usuário – ao custo de uma transformação tão intensa que quase mata a pessoa. Mesmo um século depois, o processo pode ser igualmente fatal, mas é um pouco mais dosado para garantir que as cobaias não se tornem monstros por completo, como no triste destino de Fjall.
Dá para dizer que o guerreiro elfo é o primeiro Witcher da história, ainda que não tenha o treinamento adequado e preceda a criação de qualquer escola. Assim, quando Geralt explica tudo que passou para se tornar um Witcher, saiba que o tortuoso processo já é uma versão lapidada ao longo de mais de um século de um ritual que era ainda mais perigoso.
A Caçada Selvagem
O subtítulo “A Origem” se aplica para vários dos elementos do mundo de The Witcher. Além do primeiro Witcher e da Conjunção das Esferas, a minissérie também prepara o caminho para a chegada da Caçada Selvagem, o grupo de cavaleiros elfos fantasmagóricos que perseguem o Sangue Antigo de Ciri.
Acontece que um dos personagens principais da nova série, que atua ao lado do mago Balor (Lenny Henry), é um soldado chamado Eredin (Jacob Collins-Levy). Esse nome se torna uma das principais figuras da jornada de Ciri, tanto nos livros de Andrzej Sapkowski quanto no mais recente game da CD Projekt RED, já que ele se torna o líder da Caçada Selvagem.
Na contramão dos livros, A Origem faz jus ao nome e mostra como Eredin se tornou o cavaleiro espectral que conhecemos, mostrando que ele foi jogado em uma dimensão paralela durante a Conjunção das Esferas. É a partir disso que Eredin passa a se envolver com a Magia do Caos, e também aprende como viajar através das dimensões. A cena final, inclusive, faz alusão ao seu eventual retorno ao mostrá-lo encontrando seu icônico elmo de caveira.
Avallac’h, o elfo que viaja no tempo
Outra figura importante dos livros que dá as caras em The Witcher: A Origem é o elfo Avallac’h (Samuel Blenkin) – cujo nome completo é ainda maior e mais complicado. Na época da minissérie, ambientada 1.200 anos antes de Geralt, o elfo é apenas um aprendiz de feiticeiro, mas que está destino a grandes eventos nesse universo.
Com vida bem mais longa que um humano comum, eventualmente Avallac’h se envolve com Lara Dorren, a elfa de quem Ciri é descendente. Ele estava destinado a casar com ela, mas se vê trocado por um humano. O elfo é altamente inteligente e habilidoso, capaz de abrir portais entre dimensões e viajar no tempo.
Nos livros, ele serve como uma figura dúbia: ao mesmo tempo que tenta levar a jovem para que tenha um filho forçado com um monarca, visando continuar a linhagem do Sangue Antigo, Avallac’h também serve como uma espécie de mentor para Ciri aprender a usar seus poderes.
Isso deve ser bem explorado na série principal, visto que o final da minissérie mostra Avallac’h observando Ciri brincando nas ruas de Cintra, cena que abriu a primeira temporada do programa em 2019.
O surgimento de Nilfgaard
Tanto a série principal, quanto os livros e os jogos da CD Projekt RED deixam algo claro: Nilfgaard não é exatamente uma nação amigável. O lar do imperador Emhyr var Emreis é tido como um império opressor, com enorme poder militar para conquistar terras. Em The Witcher: A Origem, é possível ver uma versão bastante inicial dessa pátria.
O Império Dourado – os antagonistas da minissérie – nada mais são do que os antepassados de Nilfgaard, na época em que apenas existiam elfos no Continente. Algumas características se mantêm consistentes ao longo dos séculos: o desejo de expansão, o exército de botar medo em qualquer um, e também uma atitude de patriotismo e egocentrismo.
O surgimento da Nilfgaard como conhecemos, porém, só se dá mesmo alguns anos após a chegada dos humanos no Continente, que passam a misturar sua linhagem com a dos elfos Seidhe Negros. Essa combinação eventualmente dá origem ao orgulhoso império do sol dourado.
Humanos e criaturas no Continente
Se o mundo de The Witcher se parece muito diferente do nosso, é porque ele é mesmo! As as aventuras de Geralt se passam em uma dimensão paralela ao mundo dos humanos, mas a Conjunção das Esferas acabou misturando essas duas realidades.
O final da minissérie mostra o evento conhecido como Primeiro Desembarque, quando navios humanos misteriosamente apareceram nas margens do rio Alba. A partir disso, o Continente deixou de ser populado apenas por elfos e anões, e os humanos rapidamente cresceram em números e poder, formando os reinos do norte, como Redania, Temeria e muitos outros.
The Witcher: A Origem já está disponível no catálogo da Netflix. Ainda não há data de estreia para a terceira temporada da série principal.
Fonte: Jovem Nerd