Em um fatídico dia de outubro de 1974, um grupo de jovens, uma família canibal e uma serra elétrica mudaram os rumos do cinema. O Massacre da Serra Elétrica, clássico atemporal de Tobe Hooper, chocou até o mais frio fã de horror com seu sadismo, tensão e um vilão bastante memorável em meio ao calor do Texas. Agora, essa experiência chega aos games.
The Texas Chain Saw Massacre é o novo multiplayer assimétrico desenvolvido pela Sumo Digital (Sackboy) e publicado pela Gun Interactive, publicadora por trás do jogo de Sexta-Feira 13. O NerdBunker conseguiu acesso em primeira mão aos testes fechados que rolaram no PC durante o último fim de semana de maio, e ficamos surpresos com o quão intensas são as partidas.
Na mesma pegada de Sexta-Feira 13 e Dead by Daylight, o game combina sobreviventes e assassinos em busca de objetivos conflitantes. As vítimas precisam encontrar formas de escapar da residência dos Sawyer, e os maníacos devem impedi-los e assassinar os fugitivos. Em essência, não é muito diferente de outros títulos do mesmo estilo, mas é a forma como utiliza essa premissa no contexto da franquia que torna tudo especial.
Seja assassino ou sobrevivente, a furtividade é o foco de Texas Chain Saw Massacre. Tudo gira ao redor de não fazer muito barulho e passar despercebido, tanto para escapar quanto para se aproximar das vítimas desavisadas. Ao colocar pressão no jogador para ficar mais consciente das próprias ações, a experiência se torna sóbria e sufocante.
Quem sobreviverá…

Nada se compara à tensão de jogar como sobrevivente. Aqui, você assume o controle de um jovem entre quatro amigos que foram capturados pela família canibal. Depois de terem sido torturados, violentados e pendurados, eles encontram uma forma de se libertar – mas fugir é um pouco mais complicado do que isso. É preciso vasculhar o porão e a casa em busca de itens para abrir portas, se curar ou se defender. Há várias formas de escapar de vez, mas todas exigem tempo e recursos, igualmente valiosos nessa situação desesperadora.
Como seu personagem está ferido, sua saúde se deteriora com o tempo, o que dificulta correr e também deixa rastros de sangue cada vez maiores pelo chão. Sendo assim, se cria um desespero para fugir o mais rápido o possível, mas ações desesperadas trazem consequências: quanto mais descuidado você for, mais barulho fará.
É agoniante saber que o assassino está te caçando no porão e mesmo assim ter que vasculhar caixas de ferramentas com calma para não atrair atenção. Por conta disso, o trabalho em equipe se torna uma decisão ousada. Os quatro sobreviventes podem até coordenar estratégias e trocar informações, mas andar juntos significa dobrar (ou triplicar/quadruplicar) os barulhos emitidos, praticamente oferecendo um banquete aos canibais.
Apostar na tensão se provou uma ótima estratégia. Todas as partidas jogadas no teste foram sufocantes, tanto pelos momentos de silêncio e furtividade no escuro quanto pelas perseguições em campo aberto. Fugir da serra raivosa do assassino Leatherface, mergulhando em buracos em cercas e vãos na parede, traduz perfeitamente uma cena de slasher para os games – desta vez, com você no controle da vítima, suando frio ao ter que tomar decisões arriscadas em frações de segundo.
E nem sempre dá certo. Em uma das minhas partidas mais memoráveis, consegui contornar todos os três assassinos após intensas perseguições. Vi a chance de fugir quando um colega de equipe se sacrificou e foi executado pelos canibais. Rapidamente lutei para arrombar uma porta que dava para a estrada, pronto para reencenar a memorável fuga de Sally no filme de 1974.
O problema? Depois de apanhar e correr, minha vida estava drenada. Minha personagem ficou fraca, a tela ficou curva, e ela começou a cambalear. Eventualmente caiu ao chão, estendendo uma mão em direção à estrada ensolarada. Chegou tão perto de escapar mas virou chilli assim como os outros. Às vezes é assim mesmo.
… E o que restará deles?

Como assassino, a dinâmica é um pouco diferente, mas pede igual comprometimento. O objetivo é não deixar os sobreviventes fugirem, mas encontrá-los é um enorme desafio. Os mapas são cheios de pontos cegos, cantos escuros e armários para eles se esconderem. Seja como Leatherface, seu irmão insano ou seu pai violento, é preciso prestar atenção aos sons e estar dois passos à frente de suas vítimas.
Os maníacos causam sim bastante dano aos sobreviventes, mas nada é entregue de bandeja. É fácil perder uma perseguição porque alguém entrou em um buraco na parede, ou então rastejou por uma cerca. Analisar o ambiente, colocar armadilhas, trancar e destruir portas se torna essencial. Para facilitar um pouco a vida dos assassinos, eles contam com a ajuda do Vovô, o melhor serial killer que já existiu.
Sentado em sua cadeira de rodas, o maníaco decrépito é capaz de “escanear” o mapa todo e revelar a aura das vítimas. Para isso, porém, ele precisa ser alimentado com sangue, seja fresco ou de bolsões espalhados pela fazenda. Coletar sangue e levar até o Vovô gasta tempo precioso e pode dar abertura para fugas, mas em compensação, é capaz de detectar qualquer sobrevivente que esteja em movimento.
O teste de Texas Chain Saw Massacre deixou uma impressão muito positiva, ainda que haja dúvidas da longevidade do game. Se não houver uma boa variedade de mapas e opções, há sim o risco das partidas se tornarem repetitivas rapidamente. Ainda assim, tudo no jogo parece muito bem encaminhado: a tensão, a música, o visual autêntico ao filme de 1974. Há enorme potencial de mais um sucesso aqui, e já estamos ansiosos para tentar fugir de Leatherface e sua família mais uma vez.
O jogo de O Massacre da Serra Elétrica chega ao Xbox One, PlayStation 4, PC, Xbox Series X | S e PlayStation 5 em 18 de agosto. O título será lançado direto no catálogo do Xbox Game Pass de ambas as plataformas da Microsoft.
Fonte: Jovem nerd