A escolha criativa mais interessante da dupla Ehren Kruger e Joseph Kosinski foi fazer de Sonny um fracassado bem resolvido. A história não é sobre um veterano querendo voltar a ter dias de glória, tampouco sobre um perdedor em busca de redenção. O que o personagem de Brad Pitt busca é a experiência de um momento transcendental. Não tem a ver com troféus, mas com o brilho nos olhos.

Depois de anos estudando cinema, só alcancei uma maturidade quando entendi que esta é uma arte sobre imagem: tudo tem que servir à imagem. F1: O Filme (2025) é moldado inteiramente sobre essa proposta de resgate do brilho nos olhos, seja por parte do público ou da equipe criativa. É um longa feito por quem ama cinema para quem ama a experiência do cinema. Focando em Sonny como o cara que está em busca desse momento transcendental, a produção guia o público através de uma jornada mais interessada na experiência do que no resultado.
A escolha de focar nos azarões proporciona, também, a abordagem mais profunda que Hollywood já fez sobre a Fórmula 1. A trama não é realista de forma alguma, mas introduz elementos geralmente ignorados por outras produções.
Ora, é um filme, e você assina um contrato com a fantasia sempre que compra o ingresso. Portanto, é bobagem cobrar verossimilhança. Além disso, pode ter certeza de que a FIA está muito satisfeita com o conteúdo, pois quem não conhece nada sobre Fórmula 1 vai sair do filme com um conhecimento básico sólido desse esporte complexo, que transparece individualidade, mas necessita mais do coletivo que a maioria.
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